terça-feira, 1 de março de 2011

MICROECONOMIA: UMA ABORDAGEM MICROSCÓPICA

Imagem: Internet


A abordagem microeconômica remonta aos primeiros autores clássicos, como Smith (1723-1790), Ricardo (1722-1823), Say (1767-1832) e Stuart-Mill (1806-1873). Partindo da análise do comportamento racionalista do “homem econômico”, tanto produtores como consumidores, eles investigaram os mecanismos de funcionamento e de equilíbrio da economia.

As investigações microeconômicas desses autores clássicos só iriam chocar-se a partir da Segunda metade do século XVIII, com o teor macroscópico da crítica marxista, que abordou o sistema econômico ocidental a partir de um enfoque globalista, desviando a atenção dos teóricos da época para questões de natureza bem diversa daquela que até então haviam sido teoricamente enfatizados. Mas, após o breve intervalo da contundente crítica de Marx, um outro grupo de teóricos iria novamente ocupar-se do desenvolvimento da Análise Microeconômica, chegando à Síntese Neoclássica com Alfred Marshall.

Assim, a Teoria Econômica clássica e neoclássica, que dominou as investigações econômicas desde Adam Smith até as primeiras décadas do século XX, estaria voltada essencialmente para a Análise Microeconômica. Partindo da análise do comportamento racionalista dos consumidores e dos produtores e fruto da filosofia individualista que prevaleceu na segunda metade do século XVIII (fundamentação neoclássica – Adam Smith – mão invisível – “a busca dos indivíduos pela maximização de seus interesses conduz, tal como por uma mão invisível, a um curso de ação que beneficia a sociedade como um todo”, bem-estar social), a Análise Microeconômica iria ligar-se ao exame das ações dos agentes econômicos privados, em suas atividades de produção e de consumo. E, através desse enfoque, procuraria investigar as possibilidades da eficiência e de equilíbrio dos sistemas econômicos como um todo.


Devido a essa formação teórica, a Análise Microeconômica é, por vezes, também chamada de Teoria dos Preços, uma vez que, nas economias liberais, é através do funcionamento do livre mecanismo do sistema de preços que as ações dos produtores e dos consumidores podem ser articuladas e coordenadas.

A partir de seu enfoque racionalista e individualista, a Análise Microeconômica chegaria, assim, ao ótimo econômico, desde que o sistema de preços pudesse funcionar livremente, orientando as ações de cada um dos agentes do sistema econômico. Os produtores maximizariam seus lucros ao produzir os bens e serviços mais escassos, menos concorrenciados e de preços mais compensadores; os consumidores maximizariam sua satisfação aplicando suas rendas nos bens e serviços que melhor atendessem às suas necessidades correntes; e os recursos de produção seriam aplicados da forma mais eficaz possível nas atividades que melhor pudessem aproveitar suas potencialidades.

A microeconomia é, portanto, um ramo da ciência econômica que estuda o comportamento das unidades de consumo representado pelos indivíduos e pelas famílias; as empresas e suas produções e custos; a produção e o preço de diversos bens, serviços e fatores produtivos. Ou seja, ela ocupa-se da forma como as unidades individuais que compõem a economia – consumidores privados, empresas comerciais, trabalhadores, latifundiários, produtores de bens ou serviços particulares, etc. – agem e reagem umas sobre as outras.

A sua finalidade é estudar a alocação de meios físicos e humanos escassos (recursos) entre fins alternativos, com vista à otimização dos resultados, buscando analisar o comportamento individual dos agentes econômicos como: (a) consumidores enquanto maximizadores de satisfação e, (b) produtores enquanto maximizadores de lucros.

A microeconomia encontra bastante aplicação no mundo atual, podendo ser utilizada como elemento de previsão condicionado à ocorrência de determinados eventos. Desempenha papel importante na teoria do comércio internacional e encontra-se no mundo dos negócios como auxiliar de decisões administrativas relacionadas com a procura, estrutura de custos empresariais, métodos de fixação de preços etc.

A microeconomia está voltada, fundamentalmente para:

·         As unidades individualizadas da economia, como o consumidor e a empresa considerados isoladamente ou em agrupamentos homogêneos.
·         O comportamento do consumidor: a busca da satisfação máxima (dada a sua restrição orçamentária) e outras motivações.
·         O comportamento da empresa: a busca do lucro máximo (dadas as estruturas de custos e a atuação da concorrência) e outras motivações.
·         A estrutura e os mecanismos de funcionamento dos mercados. As conformações básicas da oferta e da procura, microscopicamente consideradas.
·         As funções e as imperfeições dos mercados, na alocação eficaz dos escassos recursos da sociedade na geração dos produtos destinados a satisfazer as necessidades tidas como ilimitáveis.
·         As remunerações pagas aos agentes que participam do processo produtivo e a conseqüente repartição da renda social.
·         Os preços recebidos pelas unidades que geram cada um dos bens e serviços que compõem o produto social.
·         A interface entre custos e benefícios privados e o interesse maior do bem-comum.



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