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A abordagem clássica
se divide em: Administração Científica com o americano Frederick Winslow Taylor
e Teoria Clássica com o europeu Henry Fayol.
Partiram de pontos
distintos com a preocupação de aumentar a eficiência na empresa. Seus
postulados dominaram aproximadamente as quatro primeiras décadas do século XX
no panorama administrativo das organizações.
A origem da Abordagem
Clássica da Administração está nas consequências geradas pela revolução
industrial, basicamente no crescimento acelerado e desorganizado das empresas,
exigindo uma substituição do empirismo e da improvisação, e a necessidade de aumentar a
eficiência e competência das organizações
no sentido de obter melhor rendimento
possível dos seus recursos e fazer face à concorrência e competição que se
avolumavam entre as empresas.
ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
O engenheiro
Frederick Winslow Taylor (1856-1915), é o fundador da Administração Científica
nasceu em Filadélfia, nos Estados Unidos.
Ênfase: Chão de
Fabrica – Tarefas
Enfoque: Produção
Seu trabalho se deu
no chão de fábrica junto ao operariado, voltado para a sua tarefa. Preocupou-se
exclusivamente com as técnicas de racionalização do trabalho do operário
através do estudo dos tempos e movimentos (Motion-time Study). Taylor começou
por baixo, efetuando um paciente trabalho de análise das tarefas de cada
operário, decompondo seus movimentos e processos de trabalho, aperfeiçoando-os
e racionalizando-os gradativamente.
Taylor verificou que
um operário médio produzia menos do que era potencialmente capaz com o
equipamento disponível. Conclui-se que o operário não produzia mais, pois seu
colega também não produzia. Daí surgiu a necessidade de criar condições de
pagar mais ao operário que produz mais.
Taylor escreve um
livro: Shop Management, cuja essência é:
- O Objetivo de uma boa administração é pagar salários altos e ter baixos custos unitários de produção.
- Para realizar esse objetivo, a Administração deve aplicar métodos científicos de pesquisas e experimentação, a fim de formular princípios e estabelecer processos padronizados que permitam o controle de operações fabris.
- Os empregados devem ser cientificamente colocados em serviços ou postos em que os materiais e as condições de trabalho sejam cientificamente selecionados, para que as normas possam ser cumpridas.
- Os empregados devem ser cientificamente adestrados para aperfeiçoar suas aptidões e, portanto executar um serviço ou tarefa de modo que a produção normal seja cumprida.
- Uma atmosfera de cooperação deve ser cultivada entre a Administração e os trabalhadores, para garantir a continuidade desse ambiente psicológico que possibilite a aplicação dos princípios mencionados.
Numa Segunda fase do
trabalho de Taylor ele concluiu que a racionalização do trabalho do operário
deveria ser acompanhado de uma estruturação geral da empresa. Esta empresa
padecia de três tipos de problemas:
1- Vadiagem
sistemática por parte dos operários, que vem da época imemorial e quase
universalmente disseminado entre os trabalhadores. O sistema defeituoso de
administração. Os métodos empíricos ineficientes utilizados nas empresas.
2- Desconhecimento,
pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua
realização.
3- Falta de
uniformidade das técnicas ou métodos de trabalho.
Para sanar esses três
problemas, idealizou o seu famoso sistema de Administração que denominou
Scientific Management (Gerência Científica, Organização Cientifica no Trabalho
e Organização Racional do Trabalho). Este trabalho é composto por 75% de
análise e 25% de bom senso.
Taylor via a
necessidade premente de aplicar métodos científicos à administração, para garantir
a consecução de seus objetivos de máxima produção a mínimo custo. Essa tentativa de substituir métodos
empíricos e rudimentares pelos métodos científicos em todos os ofícios recebeu
o nome de Organização Racional do Trabalho. (ORT). Os principais aspectos da
ORT são:
Seleção Cientifica do
Trabalhador – O trabalhador deve desempenhar
a tarefa mais compatível com suas aptidões. A maestria da tarefa, resultado de muito
treino, é importante para o funcionário (que é valorizado) e para a empresa
(que aumenta sua produtividade).
Tempo-padrão – O trabalhador deve atingir no mínimo a produção estabelecida pela
gerência. É muito importante contar com parâmetros de controle da
produtividade, porque o ser humano é naturalmente preguiçoso. Se o seu salário
estiver garantido, ele certamente produzirá o menos possível.
Plano de incentivo
Salarial – A remuneração dos funcionários deve ser proporcional
ao número de unidades produzidas. Essa determinação se baseia no conceito do Homo economicus, que considera as
recompensas e sanções financeiras as mais significativas para o trabalhador.
Trabalho em Conjunto – Os interesses dos funcionários (altos salários) e da administração (baixo
custo de produção) podem ser conciliados, através da busca do maior grau
de eficiência e produtividade. Quando o
trabalhador produz muito, sua remuneração aumenta e a produtividade da empresa
também.
Gerentes planejam,
Operários executam – O planejamento
deve ser de responsabilidade exclusiva da gerência, enquanto a execução cabe
aos operários e seus supervisores.
Desenhos de cargos e
tarefas – Com a Administração Cientifica, a preocupação
básica era a racionalidade do trabalho do operário e, consequentemente, o
desenho dos cargos mais simples e elementares. A ênfase sobre as tarefas a
serem executadas levou os engenheiros americanos a simplificarem os cargos no
sentido de obter o máximo de especialização de cada trabalhador.
Divisão do Trabalho
especialização do operário – Uma tarefa deve
ser dividida ao maior número possível de subtarefas. Quanto menor e mais
simples a tarefa, maior será a habilidade do operário em desempenhá-la. Ao
realizar um movimento simples repetidas vezes, o funcionário ganha velocidade
na sua atividade, aumentando o número de unidades produzidas e elevando seu
salário de forma proporcional ao seu esforço.
Supervisão – Deve ser funcional, ou seja, especializada por áreas. A função básica
do supervisor, como o próprio nome indica, é controlar o trabalho dos funcionários,
verificando o número de unidades produzidas e o cumprimento da produção padrão
mínima. Aqui um operário tem vários supervisores de acordo com a especialidade.
Ênfase na Eficiência – Existe uma única maneira certa de executar uma tarefa (the best way).
Para descobri-la, a administração deve empreender um estudo de tempos e
métodos, decompondo os movimentos das tarefas executadas pelos
trabalhadores.
Homo economicus – Toda pessoa é profundamente influenciada por recompensas
salariais, econômicas e materiais. Em outros termos, o homem procura trabalho
não porque goste dele, mas como um meio de ganhar a vida através do salário que
o trabalho proporciona. O homem é motivado a trabalhar pelo medo da fome e pela
necessidade de dinheiro para viver.
Condições de Trabalho – Taylor verificou que as condições do trabalho interferiam nos
resultados do trabalho. Adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho
para minimizar esforço e perda de tempo na execução do trabalho. Arranjo físico
das máquinas e equipamentos para racionalizar o fluxo da produção. Melhoria do
ambiente físico de trabalho, diminuição do ruído, melhor ventilação e
iluminação.
Padronização – (Aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir
custos) Taylor através dos seus estudos preocupou-se com a padronização dos
métodos e processos de trabalho, máquinas e equipamentos, ferramentas e
instrumentos de trabalho, matérias primas e componentes, para eliminar o
desperdício e aumentar a eficiência.
Princípio da exceção
– Por este principio, Taylor se preocupava somente com os resultados que saiam
fora dos padrões esperados, para corrigi-los. Assim, este princípio é um
sistema de informação que apresenta seus dados somente quando os resultados
efetivamente verificados na prática divergem ou se distanciam dos resultados
previstos em algum programa.
OS SEGUIDORES DAS
IDÉIAS DE TAYLOR
Harrington Emerson
(1853-1931) – Um dos principais auxiliares de Taylor – Engenheiro - popularizou
a Administração Cientifica, desenvolveu os primeiros trabalhos sobre seleção e
treinamento de empregados. Idealizou 12 princípios para eficiência:
1- Traçar um plano
objetivo e bem definido, de acordo com os ideais.
2- Estabelecer o
predomínio do bom senso.
3- Manter orientação
e supervisão competentes.
4- Manter disciplina.
5- Manter honestidade
nos acordos.
6- Manter registros
precisos imediatos e adequados.
7- Fixar remuneração
proporcional ao trabalho.
8- Fixar normas
padronizadas para as condições do trabalho.
9- Fixar normas
padronizadas para o trabalho.
10- Fixar normas
padronizadas para as operações.
11- Estabelecer
instruções precisas.
12- Fixar incentivos
eficientes ao maior rendimento e à eficiência.
Henry Ford
(1863-1947) – Engenheiro – Fundou a Ford
Motor Co. Revolucionou a estratégia comercial da sua época. Fabricou o primeiro
carro popular, Criou um plano de vendas. Criou a assistência técnica de grande
alcance. Repartiu, em 1914, parte do controle acionário da empresa com os
4funcionários. Estabeleceu salário mínimo de US5,00 por dia de trabalho com
jornada diária de 8
horas. Em 1926 empregava 150.000 pessoas e fabricava 2.000.000 de carros por
ano. Produzia desde a matéria prima inicial ao produto final acabado. Criou a
distribuição através de agências próprias. Idealizou a linha de montagem, com
produção em série, padronizada e de custo mais baixo. Ford Adotou três princípios
básicos:
1- Princípio da
intensificação: Consiste em diminuir o tempo de produção com o emprego imediato
dos equipamentos e da matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado.
2- Principio da
economicidade: Consiste em reduzir ao mínimo o volume do estoque da
matéria-prima em transformação. Assim Ford conseguiu fabricar um trator ou um
automóvel, vende-lo e recebê-lo antes do vencimento da matéria prima empregada
na fabricação e do pagamento dos salários. Segundo Ford a velocidade de
fabricação deve ser rápida. O minério sai da mina Sábado e entregue sob forma
de carro na Terça feira a tarde.
3- Principio de
produtividade: Consiste em aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo
período através da especialização da linha de montagem.
CRÍTICAS
Taylor encontrou um
ambiente totalmente desorganizado, desestruturado e tentou por uma certa ordem
na casa. Foi a primeira tentativa da Teoria da Administração. Foi um progresso.
Entretanto, inúmeras críticas podem ser feitas à Administração Cientifica: o
mecanismo de sua abordagem, que lhe garante o nome de teoria da máquina, a
superespecialização que robotiza o operário, a visão microscópica do homem
tomado isoladamente e como apêndice da maquina industrial, a ausência de
qualquer comprovação cientifica de suas afirmações e princípios, a abordagem
incompleta envolvendo apenas a organização formal, a limitação do campo de
aplicação à fábrica, omitindo o restante da vida de uma empresa, a abordagem
eminentemente prescritiva e normativa e tipicamente de sistema fechado.
Contudo, estas limitações e restrições não apagam o fato de que a Administração
Cientifica foi o primeiro passo na busca de uma teoria administrativa. É um
passo pioneiro e irreversível.
Lembre-se: Nesta
teoria a motivação se dá na busca pelo dinheiro e pelas recompensas salariais e
materiais do trabalho. Toda abordagem Clássica da Administração alicerçava-se
nessa teoria da motivação. É uma abordagem puramente tecnicista e mecanicista.
TEORIA CLÁSSICA
Paralelamente aos estudos de Frederick Winslow Taylor, Henri Fayol defendia princípios semelhantes na Europa, baseado em sua experiência na alta administração. Enquanto os métodos de Taylor eram estudados por executivos Europeus, os seguidores da Administração Científica só deixaram de ignorar a obra de Fayol quando a mesma foi publicada nos Estados Unidos. O atraso na difusão generalizada das idéias de Fayol fez com que grandes contribuintes do pensamento administrativo desconhecessem seus princípios.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados de forma complementar aos de Taylor:
- Divisão do trabalho - Especialização dos funcionários desde o topo da hierarquia até os operários da fábrica, assim, favorecendo a eficiência da produção aumentando a produtividade.
- Autoridade e responsabilidade - Autoridade é o direito dos superiores darem ordens que teoricamente serão obedecidas. Responsabilidade é a contrapartida da autoridade.
- Unidade de comando - Um funcionário deve receber ordens de apenas um chefe, evitando contra-ordens.
- Unidade de direção - O controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para grupo de atividades com os mesmos objetivos.
- Disciplina - Necessidade de estabelecer regras de conduta e de trabalho válidas pra todos os funcionários. A ausência de disciplina gera o caos na organização.
- Prevalência dos interesses gerais - Os interesses gerais da organização devem prevalecer sobre os interesses individuais.
- Remuneração - Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da própria organização.
- Centralização - As atividades vitais da organização e sua autoridade devem ser centralizadas.
- Hierarquia - Defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade fixa.
- Ordem - Deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar pra cada coisa e cada coisa em seu lugar.
- Equidade - A justiça deve prevalecer em toda organização, justificando a lealdade e a devoção de cada funcionário à empresa. Direitos iguais.
- Estabilidade dos funcionários - Uma rotatividade alta tem conseqüências negativas sobre desempenho da empresa e o moral dos funcionários.
- Iniciativa - Deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo.
- Espírito de equipe - O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro da equipe. Os integrantes de um mesmo grupo precisam ter consciência de classe, para que defendam seus propósitos.
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS
- Planejar - Estabelece os objetivos da empresa, especificando a forma como serão alcançados. Parte de uma sondagem do futuro, desenvolvendo um plano de ações para atingir as metas traçadas. É a primeira das funções, já que servirá de base diretora à operacionalização das outras funções.
- Organizar - É a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos, financeiros ou materiais, alocando-os da melhor forma segundo o planejamento estabelecido.
- Comandar - Faz com que os subordinados executem o que deve ser feito. Pressupõe que as relações hierárquicas estejam claramente definidas, ou seja, que a forma como administradores e subordinados se influenciam esteja explícita, assim como o grau de participação e colaboração de cada um para a realização dos objetivos definidos.
- Coordenar - A implantação de qualquer planejamento seria inviável sem a coordenação das atitudes e esforços de toda a empresa, almejando as metas traçadas.
- Controlar - Controlar é estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar que as atitudes empregadas são as mais compatíveis com o que a empresa espera. O controle das atividades desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e ditadas.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A TEORIA CLÁSSICA
- Obsessão pelo comando - Tendo como ótica a visão da empresa a partir da gerência administrativa, Fayol focou seus estudos na unidade do comando, autoridade e na responsabilidade. Em função disso, é visto como obcecado pelo comando.
- A empresa como sistema fechado - A partir do momento em que o planejamento é definido como sendo a pedra angular da gestão empresarial, é difícil imaginar que a organização seja vista como uma parte isolada do ambiente.
- Manipulação dos trabalhadores - Bem como a Administração Científica, fora tachada de tendenciosa, desenvolvendo princípios que buscavam explorar os trabalhadores.
FUNÇÕES GERENCIAIS X PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS
A Teoria da Administração Científica estudava a empresa privilegiando as tarefas de produção enquanto a Teoria Clássica da Administração a estudava privilegiando a estrutura da organização.
Ambas as teorias buscavam alcançar o mesmo objetivo: maior produtividade do trabalho e a busca da eficiência nas organizações. Se a Administração Científica se caracterizava pela ênfase na tarefa realizada pelo operário, a Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente. A conseqüência destas Teorias foi uma redução no custo dos bens manufaturados. Aquilo que fora um luxo acessível apenas aos ricos, como automóveis ou aparelhos domésticos, tornou-se disponível para as massas. Mais importante, foi o fato de que a teoria tornou possível o aumento dos salários, ao mesmo tempo em que reduzia o custo total dos produtos.
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