sábado, 14 de abril de 2012

OFERTA, DEMANDA E EQUILÍBRIO DE MERCADO




Imagem: Internet








1. DEMANDA DE MERCADO

A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de certo bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo.

Então, a demanda é um desejo e representa o máximo que o consumidor pode aspirar, dado sua renda e os preços no mercado.

A demanda depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor, sendo o preço do bem ou serviço, o preço dos outros bens, a renda do consumidor e o gosto ou preferência do indivíduo. Para estudar a influência isolada dessas variáveis utiliza-se a hipótese coeteris paribus.

A relação entre a quantidade demandada e preço do bem é chamada lei de demanda e diz que quando o preço sobe, a quantidade demandada diminui assumindo que outras coisas não se alteram. Quando essas outras coisas permanecem constantes, dizemos que a quantidade demandada e o preço têm uma relação negativa (ou inversa). Se o preço sobe, a quantidade demandada cai, e quando o preço cai à quantidade demandada sobe.

A cada preço a quantidade demandada é a quantidade máxima que os compradores desejam comprar àquele preço. A quantidade demandada não é necessariamente a quantidade comprada.

Deve-se enfatizar que variações no preço do bem provocam mudanças na quantidade demandada, com a curva de demanda permanecendo inalterada. Assim, falar em demanda significa referir-se a toda curva, enquanto que quantidade demandada refere-se a um dado ponto dessa mesma curva.


Alterações na renda do consumidor, nos hábitos e gostos e os preços de outros bens deslocam a curva de demanda em relação à sua posição original.

Assim, quando a mudança no valor da variável aumentar a demanda, a curva se deslocará para direita. Analogamente, quando a alteração no valor da variável diminuir a demanda a curva se deslocará para esquerda.

Sob a ótica da renda, os bens são classificados em normais e inferiores. Diz-se que um bem é normal quando o aumento na renda (Y) dos consumidores aumenta a demanda por esse bem, ou seja, se houver um aumento na renda, x será um bem normal se para o mesmo nível de preço (p) os consumidores estiverem dispostos a adquirir maiores quantidades do bem x.

Por outro lado um bem é considerado inferior quando, havendo um aumento na renda, para um mesmo nível de preço p, os consumidores desejam consumir quantidades menores desse bem. É o que acontece, por exemplo, com a demanda por carne de segunda, o consumidor ao ter sua renda aumentada, substitui a carne de segunda pela carne de primeira, que embora mais cara, torna-se acessível com o aumento da renda. O inverso ocorre quando a renda do consumidor diminui.

Assim, no caso de um bem normal, uma variação positiva na renda (∆Y > 0) do consumidor acarretará um deslocamento para direita na curva de demanda e um deslocamento para esquerda da curva no caso de um bem inferior. Já uma variação negativa na renda (∆Y < 0) do consumidor causará um deslocamento para esquerda da curva de demanda no caso do bem normal e um deslocamento para direita no caso do bem inferior.

2. OFERTA DE MERCADO

Podem ser definidas como oferta as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. Da mesma maneira que a demanda, a oferta depende vários fatores; dentre eles, de seu próprio preço, do preço (custo) dos fatores de produção e das metas ou objetivos dos empresários.

Diferentemente da função demanda, a função oferta mostra uma correlação direta entre quantidade ofertada e nível de preços, coeteris paribus, e é chamada lei geral da oferta.

A relação entre a quantidade e p preço é chamada lei da oferta e diz que quando o preço subir a quantidade ofertada aumentará e diminuirá quando o preço cair. O preço e a quantidade ofertada estão positivamente (ou diretamente) relacionados, quando um sobe, o outro também sobe, e quando um cai o outro também cai.

A curva de oferta mostra a quantidade ofertada a vários preços, mantendo os outros determinantes da oferta, que não são preços, constantes.

Um preço de mercado mais alto geralmente estimula uma quantidade ofertada por duas razões, o preço mais alto aumenta o lucro dos vendedores que já existem, fazendo com que desejem vender mais e o preço mais alto atrai novos ofertantes.

Assim como na demanda, também devemos distinguir entre a oferta e a quantidade ofertada de um bem. A oferta refere-se à escala (ou toda curva), enquanto a quantidade ofertada diz respeito a um ponto específico da curva de oferta. Assim, um aumento no preço do bem provoca um aumento da quantidade ofertada, coeteris paribus, enquanto uma alteração nas outras variáveis, como custos de produção ou nível tecnológico, desloca a oferta, isto é, a curva de oferta.

A relação direta entre a quantidade ofertada de um bem e o preço desse bem deve-se ao fato de que, um aumento do preço de mercado estimula as empresas a elevar a produção, novas empresas serão atraídas, aumentando a quantidade ofertada do produto.

Além do preço do bem, a oferta de um bem ou serviço é afetada pelos custos dos fatores de produção (matérias-primas, salários, preço da terra), por alterações tecnológicas e pelo aumento do número de empresas no mercado.

Parece claro que a relação entre a oferta e o custo dos fatores de produção seja inversamente proporcional, pois um aumento dos salários ou do custo das matérias-primas deve provocar uma retração da oferta do produto.

A relação entre oferta e nível de conhecimento tecnológico é diretamente proporcional, dado que melhorias tecnológicas provocam melhorias na produtividade no uso dos fatores de produção, portanto aumento da oferta. Da mesma forma, a uma relação direta entre a oferta de um bem ou serviço e o número de empresas ofertantes do produto no setor.

Matematicamente, a relação entre a quantidade demandada e o preço de um bem ou serviço pode ser expressa pela chamada função demanda ou equação da demanda:

Qd = ƒ(P)

E a função ou equação da oferta, matematicamente é dada pela expressão:

Q0 = ƒ(P)

Em que:
Qd = quantidade demandada de determinado bem ou serviço, num dado período de tempo.
Q0 = quantidade ofertada de determinado bem ou serviço, num dado período de tempo.
P = preço do bem ou serviço.


A expressão Qd = ƒ(P) significa que a quantidade demandada Qd é uma função ƒ do preço P, isto é, depende do preço P.

Já a expressão Qo = ƒ(P) significa que a quantidade ofertada Qo é uma função ƒ do preço P, isto é, depende do preço P.

3. EQUILÍBRIO DE MERCADO

O preço de uma economia de mercado é determinado tanto pela oferta como pela demanda. Se colocadas em um gráfico às curvas de oferta e demanda de um bem ou serviço qualquer, se cruzarão e essa intersecção é o ponto de equilíbrio.

Porém, para analisar o funcionamento dos mercados precisamos saber que a demanda de mercado é o somatório das demandas individuais. Sendo a demanda de mercado derivada das demandas individuais, a quantidade demandada no mercado depende dos fatores que determinam à quantidade demandada por compradores individuais. Assim, a quantidade demandada pelo mercado não depende apenas do preço do bem, mas também da renda, gostos e expectativas dos consumidores, bem como dos preços dos bens relacionados.

Como a demanda de mercado, a oferta de mercado também é o somatório das ofertas de todos os vendedores e a quantidade oferecida no mercado depende dos fatores que determinam à quantidade oferecida pelos vendedores individuais (o preço do bem, os preços dos insumos usados na produção do bem, a tecnologia disponível e as expectativas).

Assim, diz-se que o mercado esta em equilíbrio quando o preço não mostra tendência a mudar. Esse preço é atingido quando a quantidade demandada de um bem é igual à quantidade ofertada desse mesmo bem. Nesse ponto não existe nem excesso nem escassez do bem, de forma que compradores e vendedores se encontram plenamente satisfeitos.

Preço de equilíbrio é preço que iguala oferta e demanda, ou seja, a quantidade demandada de um bem se iguala a quantidade ofertada desse mesmo bem, estando o preço em equilíbrio podemos dizer que os compradores compraram o que desejavam comprar e os vendedores venderam o que desejavam vender.

O preço e a quantidade para as quais existe equilíbrio são conhecidos respectivamente, como preço e quantidade de equilíbrio.

Quando o preço do bem x esta acima do preço de equilíbrio de mercado, esta havendo um excesso de x, isto porque a quantidade ofertada é maior do que a quantidade demandada para esse nível de preço. Por outro lado, um nível de preço abaixo do preço de equilíbrio mostra que esta havendo uma escassez de x, pois a quantidade demandada é maior do que a quantidade ofertada.

Em um mercado onde prevalece a livre concorrência, isto é, em um mercado em “concorrência perfeita”, os desequilíbrios entre quantidades ofertadas e demandadas não prevalece por muito tempo. Isto porque, havendo excesso do bem x, o seu preço tenderá a cair. À medida que o preço vai caindo, os vendedores tendem a ofertar menos e os compradores tendem a comprar mais.

Da mesma forma que, se haver escassez do bem x, o seu preço tenderá a subir, à medida que o preço vai subindo, os vendedores tendem a ofertar mais e os compradores tendem a comprar menos.

Alguns fatores provocam mudanças no equilíbrio, uma vez que ele é o resultado da interseção das curvas de oferta e demanda um deslocamento em uma dessas duas curvas certamente provocará mudança na sua posição, então se existem vários fatores que podem provocar deslocamento das curvas de oferta e demanda o ponto de equilíbrio também mudará.



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